Filarmónica Estrela do Oriente - Banda Filarmónica
Bandas filarmónicas temem que paragem prolongada devido à pandemia possa levar à desmotivação dos seus músicos

Filarmónica Estrela do Oriente
Na freguesia da Algarvia está a Filarmónica Estrela do Oriente, fundada pelo Padre Dinis Machado no longínquo ano de 1878. Esta Banda Filarmónica já marcou presença em eventos no continente Português e também conta com algumas deslocações ao estrangeiro. Em 2004, lançou também um CD.
Nos dias que correm, a banda tem nas suas fileiras cerca de 40 elementos, mas o seu Presidente, Duarte Melo, eleito em Outubro do ano passado, admite não saber “como é que as coisas se vão passar” relativamente a este número de músicos quando se der a reabertura.
“Fomos tentando colocar instrumentos na casa de pessoal para ver se eles iam tocando. Há um ou outro que sempre vão tocando, mas sabemos que na verdade nem todos o fazem. Temos para aí uns 20 músicos que tenho a certeza que podemos contar com eles mas, os outros, vai ser muito difícil. Temos alguns que já levam 50 e tal anos de banda e que já não queriam muito tocar este ano”, afirma.
O Presidente da Filarmónica Estrela do Oriente revela que contactou recentemente a Direcção Regional de Saúde requerendo a reabertura das instalações para ensaios, mas que a resposta recebida foi claramente negativa.
“Disseram que por se tratar de instrumentos de sopro estão sempre a ser libertadas partículas e não se podia fazer nada. Aceitamos a decisão. Tínhamos proposto criar grupos de cinco ou seis, mas o retorno foi imediatamente negativo”, revela.
Duarte Melo afirma que este ano a Filarmónica Estrela do Oriente tinha feito um recrutamento de novos músicos nas freguesias vizinhas para a escola de música da Instituição.
“Este ano fomos à Achadinha, à Achada, a Santo António e a São Pedro buscar, para a escola de música, rapazinhos para começarem a tocar. Quando temos essas crianças prontas para começar foi quando começou essa pandemia. Temos de começar tudo de novo outra vez”, lamenta.
Relativamente aos apoios concedidos pelas entidades oficiais, Duarte Melo garante que a ajuda da Câmara do Nordeste “é muito bom” e que a filarmónica, apesar de não actuar durante este verão, encontra-se numa situação financeira estável.
“A anterior Direcção não deixou dívidas e até tinha concorrido a uns instrumentos que mandamos vir. Esses instrumentos estão pagos. Estamos financeiramente equilibrados e a Câmara do Nordeste é espectacular no apoio que dá”, destaca.
A terminar, o Presidente da Filarmónica deixa a garantia que irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para não deixar que a instituição feche as suas portas.
“Eu não desisto assim à toa e temos uma equipa boa. Começamos em Outubro passado e quando entrei foi para manter aquilo vivo e não deixar cair a filarmónica. Apesar de não morar na Algarvia neste momento, sou de lá. Toquei naquela banda e muitos dos meus familiares também. Já vem desde o tempo dos meus avós. Vamos tentar tudo o que estiver ao nosso alcance para não deixar a banda ir abaixo, mas vai ser difícil”, realça Duarte Melo.